A imagem promocional apresentada para o festival islâmico de Mértola, na sua 13ª edição, teve como mote uma jarra que se deu a conhecer em escavações arqueológicas na Alcáçova do Castelo de Mértola. É uma peça em corda seca parcial, esmaltada, com elementos decorativos a verde e a castanho separados por linhas desenhadas a manganês com pontilhado interior. A sua beleza distinta patenteia uma presença vincadamente orgânica. De um colo cilíndrico contíguo a um corpo globular surgem duas asas de triplo rolo que parecem querer elevar-se. São pegas, braços, asas? São formas que, sem serem evidentes, lhe dão um caracter antropomórfico. Sente-se a matéria, os poros de uma pele desenhada com formas geométricas verdejantes e cor de terra como um apelo da natureza. Foi ao planarmos o nosso olhar por esta composição que nasceu o desígnio da imagem: a árvore e as suas raízes mediterrânicas. Mértola com os seus encantos amanhece por caminhos, por montes, planaltos e na planície para nos contar estórias, com história, à sombra de uma azinheira.